terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Goldeneye 007 Nintendo 64


Aqui falarei sobre um jogo que mais de dez anos após seu lançamento ainda é um clássico em seu gênero: 007 Goldeneye, para Nintendo 64. Em uma época onde os first person shooters eram exclusivos dos PCS e ninguém acreditava que tal gênero pudesse sequer dar certo nos consoles, a antes genial produtora inglesa Rare provou que não só era possível se equiparar aos melhores dos computadores, como fazer um grande game.


Apesar de não superar a combinação teclado + mouse, a jogabilidade foi perfeitamente projetada no controle do Nintendo 64, desde o mapeamento dos botões à sensibilidade do ótimo (porém um tanto frágil, é verdade) direcional analógico do joystick do aparelho. Todas as ações funcionavam de forma satisfatória, a resposta era ágil e precisa, nunca deixava o jogador na mão nos momentos decisivos, nem aumentava artificialmente a dificuldade presente no jogo.


Os gráficos eram muito bons para os padrões de 1997, sua engine era excelente (tanto que foi reaproveitada no também clássico Perfect Dark, três anos depois), com cenários grandes e abertos, e vários tipos de locais, todos seguindo de perto o estilo das locações do filme do agente secreto mais famoso do cinema. O jogo possuía uma boa quantidade de detalhes, bons efeitos de luz e sombra e belas texturas, embora houvesse certa repetição por conta da pouca memória disponível nos cartuchos. Mesmo com diversos inimigos na tela e a ação comendo solta, o jogo mantinha a taxa de quadros estável e a velocidade raramente se alterava, mesmo quando ocorria uma pequena lentidão, esta era quase imperceptível.


O grande diferencial do jogo era na realidade seu brilhante game design, elemento que o fazia ser o destaque entre outros de seu tempo. As animações dos inimigos, chefes e NPCs eram fluídas, as rotinas de comportamento artificial foram consideradas bastante naturais, os soldados não ficavam simplesmente correndo de forma suicida contra os jogadores nem atacavam de forma aleatória. Os vilões eram capazes de te perseguir, soar alarmes, às vezes agiam em bando e se protegiam atrás de caixotes para ter cobertura.


Outro detalhe interessante era que eles realmente pareciam sentir os tiros. Ao receber um disparo na perna ou no pé, o inimigo mancava e tinha sua movimentação prejudicada, se fosse alvejado no pescoço, ele levava a mão até a região e caía no chão mais lentamente do que um tiro a queima roupa. Havia um sistema de danos para cada parte do corpo, sendo inclusive contado após terminar a fase.


O jogo era recheado de tarefas durante os estágios, sendo muito mais do que coletar chaves e avançar para as missões seguintes matando hordas de inimigos descerebrados. Como um autêntico agente secreto, o jogador tinha que roubar arquivos secretos, se infiltrar em bases militares, obter informações vitais e até correr com um tanque de guerra em plena cidade para salvar a inútil Natalya. Por falar em James Bond, algumas de suas tiradas clássicas aparecem nos diálogos do jogo, que seguem de forma parecida história do filme.


A trilha sonora é soberba, com ótimas músicas e efeitos sonoros, contribuindo para um clima 007 perfeito. Cada música se encaixava como uma luva nos estágios e quando um evento crítico era disparado, elas aceleravam e a tensão aumentava. O exemplo perfeito é a fase Cradle (a grande antena onde ocorre a seqüência final do filme também), com sua batida acelerada que faz da fase um carrossel de tensão até o acerto de contas com o 006 Alec Trevelyan. Muito bom.


O jogo não acabava após todos os estágios completos. Havia dezenas de elementos e truques para serem abertos, além de duas fases temáticas secretas para serem liberadas, o que tornava a vida útil do cartucho bem mais longa. O fantástico e divertido multiplayer para até quatro jogadores me fez perder uma pancada de horas ao lado dos meus amigos da ocasião. As fases eram variações das do modo single, mas muito bem projetadas, cheias de artimanhas para os jogadores explorarem durante os confrontos.


Em suma, um jogo excelente em todos os sentidos e indispensável na biblioteca de sucessos de qualquer proprietário do saudoso Nintendo 64. A Rare, já conhecida por grandes games como a série Donkey Kong Country e Battletoads, mandou muuitísmo bem neste aqui. Foi também vital como parceira da Nintendo durante aquela geração. 007 Goldeneye é um grande game e merece ser lembrado.


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Fim.

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